“A produção de petróleo e gás está inserida na equação da transição energética e deve fazer parte da solução”, afirma presidente interina da Equinor Brasil | ROG.e 2024

“A produção de petróleo e gás está inserida na equação da transição energética e deve fazer parte da solução”, afirma presidente interina da Equinor Brasil

27/10/2020

Em um fórum internacional de discussões como a Rio Oil & Gas, a questão climática e a transição energética são temas que merecem destaque, segundo Letícia Andrade, presidente interina da Equinor Brasil, empresa expositora e patrocinadora do evento.

Confira a seguir a entrevista com a executiva sobre o papel da indústria de O&G na transição energética e o novo formato da Rio Oil & Gas – que teráa participação do CEO global da operadora -, além de como o setor pode atrair e reter novos talentos.

  1. Quais são as expectativas da Equinor para uma Rio Oil & Gas que, pela primeira vez, será realizada 100% online?

A Rio Oil & Gas é um fórum relevante para, juntamente com parceiros, fornecedores, autoridades e, com a própria sociedade, debatermos e refletirmos sobre assuntos essenciais da nossa indústria, como eficiência e segurança operacionais, competitividade de mercado, inovação, sustentabilidade, arcabouço regulatório, dentre outros. Apesar de diferente, estamos otimistas de que o evento será um sucesso em sua forma 100% digital! Nosso novo CEO Global, Anders Opedal, estará presente no CEO Talks e comentará sobre a posição de destaque que o Brasil tem na estratégia global da companhia.

  • Em um fórum internacional de discussões como o da Rio Oil & Gas, quais discussões você destacaria como as mais urgentes para o momento pelo qual a indústria está enfrentando?

Sem dúvida nenhuma, a questão climática e a transição energética merecem destaque na agenda atual. E nós entendemos que a produção de petróleo e gás está inserida na equação e deve fazer parte da solução. Acreditamos que a geração de energia deve ser segura, sustentável e competitiva e, desta forma, trabalhamos para um futuro de baixo carbono, produzindo energia de forma mais limpa e eficiente.

A sustentabilidade é fundamental para a estratégia da Equinor no país. Organizamos nossos negócios de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU e o Acordo Climático de Paris.

Hoje, temos as menores emissões do setor e fomos eleitos pela organização não-governamental CDP como a empresa atuante no ramo de petróleo mais preparada para um futuro de baixo carbono. A Equinor acredita que o assunto é de extrema relevância para o momento em que a indústria está passando e temos o compromisso de participarmos ativamente destas discussões e colaborarmos com este processo.

  • Diante do crescente debate sobre descarbonização, qual a importância da indústria de O&G no contexto da transição energética?

Como dito acima, como empresa ampla de energia, entendemos sermos parte da solução para combater as mudanças climáticas e enfrentar a descarbonização de forma mais ampla e eficiente, em linha com as mudanças na sociedade. O mundo já vive a transição energética e a Equinor está trilhando fortemente esse caminho, disposta a assumir posição de liderança neste processo. Cada vez mais, produzimos petróleo e gás de forma mais eficiente, aumentamos o investimento em renováveis e vemos tecnologia e inovação como fundamentais para essa jornada.

No início do ano, lançamos nosso Climate Roadmap com o objetivo de garantir um modelo de negócios competitivo e resiliente na transição energética, adequado para a criação de valor de longo prazo e em linha com o Acordo de Paris. São estas as nossas ambições: 

  • Globalmente reduzir em pelo menos 50% a intensidade líquida de carbono, até 2050, desde a produção inicial até o consumo final da energia produzida;  
  • Até 2026, aumentar em dez vezes nossa capacidade de energia renovável, desenvolvendo-se como uma empresa líder global em energia eólica offshore;  
  • Fortalecer nossa posição de liderança na indústria, na produção de baixo carbono, com o objetivo de alcançar operações globais neutras em carbono até 2030. 
  • Além de ser uma resposta ao meio ambiente, o envolvimento em processos como transição energética e zerar as emissões de carbono também aproxima as novas gerações. De que outras formas a indústria de O&G pode atrair e reter jovens talentos?

Devemos ter lideranças inspiradoras, que entendam as relações de trabalho como um desenvolvimento contínuo para diálogo, troca de expertise e aprendizado cotidiano, levando em consideração o contexto dinâmico e desafiador em que vivemos. Nossa indústria está em processo contínuo de transformação e melhorias e nada melhor do que as novas gerações para trazerem novas visões e, quem sabe, até nos questionarem. Na Equinor, a forma com que trabalhamos é tão importante quanto o que entregamos e nossos valores corporativos costumam ser um fator determinante para que novos talentos se juntem ao nosso time.

Temos uma política de diversidade e inclusão, que agrega novas visões e tendências aos nossos negócios. E diversidade para nós vai muito além do gênero, estamos falando também de idade, experiência, competência, formação, religião, orientação sexual, etnia e muito mais – tudo isso ajuda a moldar nossos pensamentos e perspectivas.  

  • Quais são os planos da Equinor para o Brasil?

O Brasil é um país chave para a Equinor e temos uma estratégia firme e de longo prazo para nossas atividades no país. Estamos presentes aqui desde 2001 e temos um portfólio robusto de O&G no país, com ativos em diferentes estágios, da exploração à produção,e importantes projetos em desenvolvimento. Considerando apenas o atual portfólio de O&G, temos investimentos para aqui ficarmos por, pelo menos, mais 40 anos.  

Estamos também começando a construir nosso portfólio de renováveis no país. No Ceará, temos a primeira planta de energia solar do portfolio global da companhia, o Complexo Apodi, que está em operação desde 2018, com capacidade de 162 Mwatts de energia, fornecendo energia a 200.000 famílias brasileiras.  Iniciamos o processo de estudo de impacto ambiental para avaliar o desenvolvimento de projetos eólicos offshore nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sem dúvida, energias renováveis já fazem parte da nossa estratégia. Diante do potencial do país e criadas as condicões de competitividade, deverão ganhar cada vez mais espaço em nosso portfólio também por aqui. Estamos otimistas com o futuro!

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