Programação

O Brasil avançou em larga escala na exploração de campos do pré-sal, que hoje contribuem majoritariamente para a produção nacional de petróleo. Essas conquistas foram possíveis graças à diversas tecnologias desenvolvidas especialmente para esse fim, dos reservatórios aos sistemas flutuantes de produção, passando por poços e infraestrutura submarina de escoamento. Um conjunto dessas tecnologias foi reconhecido como um marco da indústria através da maior premiação internacional da indústria concedida em 2015 à Petrobras. Entretanto, diversos desafios foram e continuam sendo enfrentados para garantir a segurança, confiabilidade, durabilidade e custos de investimento e operação progressivamente menores e de formas cada vez mais sustentáveis. A larga escala dos empreendimentos aliada aos desafios das características desafiadoras desses reservatórios e o avanço sobre novas fronteiras, como profundidades entre 3000m e 4000m, indicam pela necessidade do desenvolvimento de novos materiais e produtos adequados à contenção e escoamento de fluidos particularmente agressivos. Os elevados volumes de gás, frequentemente rico em CO2, demandaram plantas de processamento nas plataformas capazes de separar o CO2 e reinjetá-lo para mitigar emissão de gás de efeito estufa, com o benefício adicional de aumentar o fator de recuperação. Agora, a tecnologia de separação e reinjeção fará a jornada de se tornar submarina, aumentando a eficiência de todo o conjunto de processamento. A digitalização, a automação e operações autônomas ou remotas, removendo pessoas do offshore, vêm sendo incorporadas em diversas frentes e os campos do futuro serão bem diferentes do que conhecemos hoje. O objetivo dessa sessão especial é debater quais serão essas novas e desafiadoras tecnologias e soluções que a indústria deverá percorrer para continuar o desenvolvimento do pré-sal brasileiro nas próximas décadas.   

Uma visão sistêmica para a agenda regulatória. O mercado de combustíveis no Brasil passa por uma mudança sem precedentes. Papeis e responsabilidades dos agentes estão sendo revistos, assim como novos modelos de comercialização estão sendo avaliados e implementados. O painel visa discutir as mudanças regulatórias e seus impactos na competitividade do setor, na atração de investimentos e no abastecimento nacional.

Um dos maiores desafios da monetização de gás natural é a viabilização econômica da infraestrutura necessária para que esse gás alcance o consumidor. Recentemente, pequenos projetos de liquefação (ss-LNG) têm se apresentado como uma alternativa para viabilizar a monetização de gás natural, em substituição a infraestrutura tradicionalmente utilizada. O GNL também tem se apresentado como uma alternativa relevante ao transporte dutoviário, permitindo que o gás seja levado de maneira econômica a novos mercados mais afastados ou remotos (ex. Gas Local e Eneva). Além disso o GNL importado permanece uma importante alternativa de flexibilidade para o setor elétrico brasileiro, fato que conecta o Brasil inexoravelmente ao mercado internacional, com suas flutuações e incertezas. Este painel pretende explorar o uso de GNL como modal alternativo para movimentação de gás natural, abordando ainda as tendencias e perspectivas do mercado de GNL.

Quais são as oportunidade e desafios para promover a transição energética? Onde o Brasil está nesse cenário? Para chegar nessas questões, vamos discutir a visão estratégica de longo prazo para o desenvolvimento do setor; políticas para o desenvolvimento da indústria e, principalmente o status do desenvolvimento de inovação e tecnologias renováveis. Palavras-chave: Transição energética e futuro do trabalho / smart cities / novas energias / tecnologia de armazenamento (hidrogênio, baterias e CO2) / tecnologias de uso e conversão (hidrogênio, baterias e CO2).

Será apresentada a lógica do processo de licenciamento ambiental federal com ênfase para as atividades de E&P, apresentando os desafios e oportunidades para a necessária harmonização entre proteção ao meio ambiente e viabilidade econômica/financeira de todo o ciclo dos projetos de E&P, buscando-se a previsibilidade e eficiência. As visões sobre o licenciamento ambiental com ênfase no offshore, contará com a participação de um representante da Indústria nacional, um representante de uma empresa Internacional, da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimento do Ministério da Economia e da Confederação Nacional das Indústrias e na sequência um debate com foco na melhoria contínua e/ou proposições mais disruptivas.

Serão discutidos os desafios e oportunidades da transição energética, quais as implicações para a oferta futura de O&G e demanda de combustíveis. Vamos debater as oportunidades ligadas a combustíveis e energia renováveis e como os rearranjos globais podem favorecer o Brasil e vantagens competitivas brasileiras. Neste contexto, vamos aprofundar as discussões sobre a relevância do setor O&G para a segurança energética condicionado a baixas emissões e como a regulação do mercado de carbono terá papel relevante.

A sessão técnica sobre “aproveitamento do gás associado produzido nos campos do pré-sal” tem por objetivo discutir as motivações técnicas e econômicas que direcionam as três destinações dadas às correntes de gás produzidas, a saber: (i) fração que é reinjetada no reservatório em razão do processo de separação do contaminante CO2 presente no gás produzido, (ii) a fração que é exportada (disponibilizada) ao mercado e (iii) uma terceira fração que é reinjetada nas jazidas visando melhoria da extração, recuperação, do óleo e também em função da não disponibilidade plena de infraestrutura de exportação e de tratamento do gás.

Haveria meios e vantagens em ampliar a disponibilização de gás ao mercado em curto prazo? Em que circunstâncias esta seria uma estratégia a ser perseguida? Como fazer um balanço dos benefícios da maior exportação de gás em relação aos ganhos em termos de recuperação de óleo que se pode auferir com a maior reinjeção do gás? Como ampliar a infraestrutura de exportação de gás em contexto de mercado consumidor ainda limitado e da presença cada vez maior do “competidor” GNL? Como superar possíveis entraves de licenciamento ambiental? Aspectos puramente técnicos de otimização da explotação das jazidas se entrelaçam com variáveis de mercado e ambientais levando a um quadro de elevada complexidade. Temática excelente para discussão no que esperamos será uma vibrante sessão técnica.

A garantia do abastecimento a partir do monitoramento das cadeias de suprimento e o papel do regulador e dos agentes regulados.

O painel visa discutir o monitoramento do abastecimento e os papeis da ANP e dos agentes regulados para mitigar os riscos de ruptura das cadeias de suprimentos, em razão da nova configuração do refino, observando as experiências internacionais em mercados abertos e competitivos.

Pressões de stakeholders e shareholders têm provocado reflexões a respeito de como inserir a Agenda ESG nas estratégias das empresas da cadeia de Petróleo e Gás. Nessa sessão vamos discutir como equilibrar essas demandas com a segurança energética e como as empresas têm atuado para garantir que essa Agenda contribua para a sustentabilidade e sucesso do negócio.

Em um cenário onde o suprimento energético se coloca como prioridade, o painel apontará caminhos para que o Brasil atraia investimentos e apresente-se como um fornecedor estável de petróleo para o mundo.

Os fornecedores globais de bens e serviços são atores chave para a indústria de óleo e gás, e trarão neste painel sua visão sobre a sustentabilidade de uma cadeia de fornecimento competitiva.

A operação dos campos maduros marítimos brasileiros permanece em evidência com o amadurecimento do programa de desinvestimentos da Petrobras. Novas estratégias, novas práticas e novas tecnologias disponíveis com a transformação digital na área de O&G apontam para o aumento dos fatores de recuperação dos reservatórios maduros e para  a geração de novos projetos, com impactos positivos na cadeia de fornecimento e na arrecadação de participações Governamentais desses Ativos.

Nessa sessão especial da ROG22 vamos debater como a negociação de ativos maduros no Brasil segue uma tendência já vislumbrada em outras áreas no mundo, movimenta a economia, gera novos empregos e sustenta novas as arrecadações.  As novas empresas estão investindo em campos maduros e encaram as oportunidades e os desafios,  as perspectivas para aumentar a produção no contexto de aplicação de novas tecnologias, sustentabilidade e redução de emissões (contexto ESG).

Investimentos em gargalos logísticos como oportunidades para reduzir custo e criar competição entre agentes Brasil é um país de dimensões continentais com déficit de infraestrutura e importação de derivados. Investimentos expressivos na produção e logística de combustíveis e biocombustíveis são esperados nos próximos anos para atender a crescente demanda do país, com reflexos importantes no custo total do suprimento.

A indústria brasileira de E&P conta, além da produção do pré-sal offshore, com a produção relevante de gás nas bacias do Solimões, Parnaíba e Recôncavo. O desenvolvimento dessa produção tem desafios importantes a serem superados, que demandam uma abordagem específica. A integração com o setor elétrico, os desafios logísticos e acesso ao mercado são alguns dos desafios que operadores independentes precisam superar para o desenvolvimento desse setor. Nesta sessão se pretende convidar representantes de empresas do setor para elencar os desafios e apresentar alternativas para superação das barreiras existentes na ampliação da oferta onshore de gás natural.

A inteligência artificial assumiu um protagonismo nos últimos tempos. Muito “além do modismo”, não falamos de inteligência artificial porque dá ibope ou para parecer mais avançados, mas sim por que a indústria vem passando por uma mudança muito importante e que vai afetar todos os segmentos, organizações e pessoas. Os avanços sentidos pela inteligência artificial nos últimos tempos abriu as portas para uma realidade irreversível agregada a outras tecnologias como Big Data e Deep Learning, com grandes promessas de revolucionar o setor. Mas o que já acontece? Quais os ganhos tangíveis que essa tecnologia já nos trouxe? Quais os cases de sucesso de nossa indústria?

Nessa sessão iremos trazer tanto os avanços e boas práticas como atuais desafios vivenciados no processo de promoção da diversidade e da inclusão na indústria, considerando , as macro temáticas relacionadas a mercado de trabalho, gênero, raça/etnia, acessibilidade/pessoas com deficiência, gerações, LGBTQIA+, socioeconômico e suas interseccionalidades.

A transição energética deve ocorrer de forma justa e inclusiva. Deverá prezar pela universalização do acesso à energia, sem penalizar as populações menos favorecidas ou países em desenvolvimento. A transição deve ser feita de forma custo-efetiva, contribuindo para melhorias sociais e econômicas nos países. Com o crescimento da demanda de energia, quais serão as melhores opções para a transição energética e podem ser estimuladas por politicas publicas? Qual a velocidade adequada considerando os custos de transformação da infraestrutura para fornecimento de energia e dos investimentos a serem feitos pelo próprio cidadão?

As estratégias de negócios no Brasil, na área de O&G, foram se aprimorando nos últimos anos, com foco em escolhas que pudessem garantir um maior retorno ao capital investido.

Uma dessas táticas foi o desinvestimento de ativos por parte da PETROBRAS, o que acarretou novas oportunidades em onshore, atraindo investidores e operadoras. Esses participantes, com o objetivo de maximizar o valor do portfólio obtido, possuem o grande desafio de gerenciar toda uma cadeia produtiva, que provavelmente não recebeu uma completa atualização.

Associado a esse desafio, os ativos terrestres que são quase que exclusivamente compostos por Campos Maduros, necessitam de um tratamento individualizado, visando uma atuação competitiva no mercado, como por exemplo processos simples, focados em uma operação eficiente, segura e sustentável. Nessa sessão especial da ROG22 vamos debater o que se espera desse mercado onshore para os próximos anos e de que forma as operadoras estão gerenciando esses ativos, tendo em vista a complicada logística e infraestrutura em um ambiente de baixo custo.

A produção de gás natural a partir dos campos do pré-sal tem se tornado cada vez mais relevantes na composição da oferta doméstica, ampliando o potencial de oferta. O setor passa também por um processo de abertura, conforme estabelecido pela Nova Lei do Gás. Inicialmente são necessárias diversas mudanças no arcabouço regulatório e tributário que permitam que todos os produtores ofereçam seu gás diretamente para o mercado. Para viabilizar esse novo ambiente de negócios é necessário permitir o acesso aos dutos de escoamento, às unidades de processamento e ao transporte. Além disso, o ingresso desses agentes nesses elos da cadeia de valor demanda, em alguns casos, a revisão das regras tarifárias para viabilizar os negócios Um segundo movimento, mais estruturante, é a identificação ou viabilização de demanda que possa suportar/viabilizar o desenvolvimento da infraestrutura necessária para viabilizar a ampliação da oferta doméstica.

O painel vai discutir o papel do GN no médio e longo prazo no Brasil, abordando de maneira ampla o papel do gás natural na geração elétrica (como complemento das fontes renováveis intermitentes/segurança de abastecimento de energia elétrica) e na produção de hidrogênio azul (aliado ao CCS), e opções de descarbonização da cadeia do gás, como a inserção do biogás/biometano.

Pauta recorrente no cenário nacional, a livre precificação dos combustíveis é vital para a construção de um mercado competitivo, atração de investimentos e garantia do abastecimento nacional. O painel pretende abordar os diferentes elementos formadores de preços no Brasil, explorar os benefícios da liberdade de preços num mercado competitivo e seus efeitos na cadeia produtiva, e debater medidas estruturantes que possam corrigir eventuais distorções.

A sessão aborda a operação e os planos de desenvolvimento para o campo supergigante de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos que hoje já produz mais de 600 mil BPD. A primeira palestra abordará o processo de gestão desse que é o primeiro campo da cessão onerosa que produz em regime de Coparticipação, isto é, com a convivência dos regimes de Cessão Onerosa e de Partilha de Produção. Será também apresentada a visão atual do Plano de Desenvolvimento do Campo, incluindo a previsão de entrada de novos sistemas de produção, o aumento da produção de óleo e de comercialização de gás, o plano de contratações e as ações para redução de custos e aumento do fator de recuperação. A segunda palestra destacará as tecnologias recentemente premiadas na OTC e a visão do Consórcio com relação ao desenvolvimento e as oportunidades para aplicação de novas tecnologias, com vistas à otimização do processo de produção. A terceira palestra, a ser proferida por representantes das empresas parceiras, CNOOC e CNODC, abordará o andamento das operações em parceria, a contribuição dos parceiros para o sucesso do projeto, o papel da PPSA e as expectativas futuras.

Os desafios do downstream para otimização da infraestrutura existente e implementação das diferentes rotas tecnológicas na direção de uma economia de baixo carbono. Diversas rotas tecnológicas competem atualmente para descarbonização das matrizes de combustíveis e de transporte no longo e médio prazos no Brasil e no mundo. As soluções devem levar em consideração as potencialidades do país em biocombustível e as opções quanto à mudança na mobilidade e, consequentemente nos padrões de consumo de combustíveis. O painel visa debater os caminhos para essa transformação, no que tange aos aspectos tecnológicos, econômicos e regulatórios, bem com a adaptação das instalações existentes para esse novo contexto.

O setor elétrico brasileiro passa por um processo de modernização, e sua interação como o setor de gás natural precisa ser revisitada. Adicionalmente, foi aprovada a Lei 14.182 que trata de desestatização da Eletrobras, onde é prevista a contratação de um montante significativo de geração térmica (8.000 megawatts – aprox. 30 MM m3/dia), com impacto significativo na demanda por gás natural – doméstico ou importado – a ser utilizado por essas térmicas. Considerando ainda que o gás natural pode desempenhar um papel relevante durante a sazonalidade das renováveis, sendo um combustível importante na transição para uma economia de baixo carbono, este painel irá discutir, tendo este cenário como pano de fundo, as perspectivas do gás natural na geração térmica brasileira.

Detalhamento da sessão: Inovar é a pedra fundamental para competitividade e sucesso das empresas, mas por que é tão difícil para muitas empresas intensificarem seus esforços nessa frente? Como podemos, então, construir uma cultura que apoie a inovação? Como as grandes empresas fazem a inovação acontecer? Frente aos crescentes desafios do setor no contexto da transição energética, o painel se propõe a discutir como a cultura de inovação pode ser uma alavanca, e não uma barreira para este processo

A publicação da nova Lei do Gás – que estabelece novo regramento que irá ampliar a competição na oferta e no uso da infraestrutura, torna ainda mais relevante a harmonização das relações entre os estados e destes com as regulamentações federais, através da modernização das regulações estaduais . Comercialização, tarifas, mercado livre e outros temas relevantes fazem parte desta discussão, fundamental para que o processo de abertura em andamento se estenda ao longo de toda cadeia de valor, e a competividade que se preconiza para os elos a jusante do city-gate, também sejam implementados na distribuição, permitindo que os benefícios da abertura sejam usufruídos plenamente pelo consumidor final.

Ao falar em Ecossistemas de T&I, Vale do Silício, Israel e Londres continuam sendo atenção dos inovadores e investidores. Mas, ao longo do tempo, observamos que novos arranjos em diferentes setores como o financeiro, segurança digital e soluções baseadas em blockchain vem surgindo e se espalhando ao redor do mundo. No Brasil, temos São Paulo, única cidade brasileira citada no estudo Global Startup Ecosystem de 2018, porém, outros pólos já começam a despontar, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis. O painel tem como objetivo dar visibilidade a bons exemplos de ações de incubação, ecossistemas de T&I e aceleração de negócios.

Aqui se pretende discutir uma dos pontos centrais do ESG, convidando especialistas nacionais e internacionais da área financeira, de governança e compliance, para debater o futuro da indústria de óleo e gás diante das novas exigências da sociedade e do mercado financeiro. Serão três painelistas, com visões sobre Governança (Presidente de Conselho), Compliance (CCO) e Financiabilidade (CFO) da Indústria de Óleo e Gás e na sequência três executivos de organizações da sociedade serão convidados para debater as três visões apresentadas.

Aqui serão discutidos os compromissos e a transparência das empresas com a performance em ESG e as metas de redução de emissões de GEE, como tem sido apontado na direção do chamado “Net Zero”. É preciso debater sobre quais são os indicadores e modelos de relato e transparência que devem servir de benchmark para o setor de óleo e gás, garantindo a sustentabilidade da evolução desses compromissos até o atingimento de suas metas. Para que as manifestações do presentes, não sejam classificadas como “greenwashing” no futuro. Um painel com a participação de empresas de petróleo, instituições financeiras e de investimentos, como Black Rock, B3, e outros stakeholders como imprensa etc, para que possam falar e debater sobre quais indicadores devem efetivamente serem observados e perseguidos por empresas de óleo e gás, no sentido de contribuir efetivamente para uma mudança para uma economia de baixo carbono inclusiva e justa. Para que o limite entre a postura das empresas de óleo e gás na manutenção de suas operações e modelo de negócio e o advocacy em energia renovável, combate ao aquecimento global, redução das desigualdades etc, não seja simplesmente interpretado como “GREENWASHING”.

A transição, de fato, é um processo inevitável, mas não seria trivial abrir mão da segurança energética, para a qual os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel protagônico, sem, entretanto, furtar-se ao compromisso com a transição. Algumas soluções podem viabilizar, nesse sentido, um meio-termo entre o caminho de transição e a segurança energética, como a tecnologia de captura, uso e armazenamento de carbono. 

O Brasil vive um momento ímpar nos campos maduros. Esse painel mostrará desafios e oportunidades nesse setor tão importante para a geração da riqueza nacional. 

A digitalização das empresas tem acontecido em ritmos exponenciais, trazendo uma série de benefícios para a indústria. Por outro lado, expõe uma nova vulnerabilidade: os ataques cibernéticos. Dessa forma, o tema de cibersegurança passou a ocupar o primeiro lugar na lista de prioridades de grande parte das organizações, que se movimentam para garantir a proteção, o acesso e a preservação das atividades digitais. Nos últimos anos, inúmeros desafios surgiram: segundo dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial de 2021, o gasto coletivo global em cibersegurança agora atingiu US$ 145 bilhões de dólares por ano e prevê-se que exceda US$ 1 trilhão de dólares em 2035. O painel propõe a discutir a evolução digital e as melhores práticas e redes de colaboração que vem surgindo no contexto da segurança cibernética.

A importância da simplificação tributária e do law enforcement conjunto no combate às irregularidades O mercado de combustíveis sofre anualmente com fraudes fiscais e operacionais da ordem de R$ 26 bilhões, recursos estes que poderiam ser direcionados à diversas políticas públicas relacionadas aos setores ligados ao segmento, mas também à saúde e segurança da população brasileira. O painel tem por objetivo debater a importância da simplificação tributária para inibir irregularidades que afetam a competitividade entre os agentes, soluções para o combate das fraudes fiscais e operacionais e a necessidade de estreitar a parceria entre os setores público e privado para mitigar potenciais ricos à vida, ao abastecimento, à segurança patrimonial.

A nova Lei do Gás (17.134/21) estabeleceu que a contratação de capacidade de transporte dutoviário de gás natural no Brasil será realizada segundo o modelo de entrada-saída. Segundo esse modelo que os agentes contratarão capacidade de injeção e/ou de saída retirada em substituição ao modelo utilizado, ponto-a-ponto, ampliando a flexibilidade e a liquidez nas operações de transporte. Já implementado na Europa, esse novo modelo traz para a mesa mudanças importantes na forma como os carregadores/comercializadores movimentarão o gás e na sua relação com transportadores. Essas mudanças têm gerado um debate intenso no mercado de gás onde são discutidas desde a revisão dos contratos “legados” (existentes) até um redesenho da atividade de transporte dutoviário no contexto do Novo Mercado de Gás.

Detalhamento da sessão: As organizações, principalmente no setor de O&G, operam uma quantidade expressiva de dados e, conforme destacado na capa da revista “The Economist” na edição de outubro de 2017, “dados são os recursos mais valiosos do mundo”. Ainda na indústria, a gestão de dados em toda cadeia de valor pode representar a diferença entre operar com margens mais confortáveis ou restritas. No contexto da transformação digital, onde os dados são a base para o desenho das estratégias de geração de valor e criação de vantagens competitivas sustentáveis, ter uma gestão dos dados das camadas OT e IT (Operations Technology e Information Technology), de forma integrada e orientada ao negócio da empresa, se torna imprescindível, sendo portanto, a Convergência OT & IT, o primeiro passo para a transformação digital nas organizações do setor.

As oportunidades para o mercado de lubrificantes. A evolução dos motores a nível mundial exige a utilização de lubrificantes de melhor performance, com o uso de básicos avançados não produzidos hoje em escala nacional. Esta situação levará ao incremento das importações demandando novas soluções logísticas para o abastecimento do país. Adicionalmente, a logística reversa dos lubrificantes usados com destino ao rerrefino, além de ambientalmente amigável, pode contribuir para o incremento da produção nacional. O painel visa discutir os desafios para o segmento de lubrificantes diante da nova configuração do downstream brasileiro e da transição energética com o advento de óleos básicos de fontes renováveis.

Promover um debate sobre os caminhos que devem ser trilhados para que a cultura ESG permeie por toda cadeia de óleo e gás no Brasil, visando reduzir e mitigar os riscos ESG nos negócios de E&P, fortalecendo a atratividade de investimentos para alavancagem de projetos que envolvam a cadeia nacional de fornecedores.

O desafio de redução de emissões passa a outro patamar quando precisamos atingir o Netzero das emissões. O desenvolvimento tecnológico, os desafios de planejamento e gestão serão debatidos nesta seção. Quais saltos tecnológicos estão sendo perseguidos e quais estímulos precisam ser alinhados na gestão para avançarmos? Qual o desempenho que conseguimos alcançar hoje e qual precisamos perseguir?

Os recentes acontecimentos da invasão da Ucrânia pela Rússia trazem uma discussão nova para o setor de Energia: o foco na segurança energética. Essa nova perspectiva abre flanco para investimentos e oportunidades para outros players, entre eles o Brasil. Como aproveitar melhor essa vantagem? Como incrementar essa discussão? 

O mercado de combustíveis passa por uma transformação histórica a partir do desinvestimento em refino pela PBR com a entrada de novos agentes, diferentes arranjos de negócios, modelos de comercialização e de logística para garantir o abastecimento nacional. Esse painel pretende discutir a importância e os desafios para consolidação dessa nova dinâmica competitiva do setor.